Na adversidade experimentamos a amargura, o desgosto, a aflição, a incerteza, o desespero, o medo. Vivemos no mundo um tempo adverso (Jó 17: 1-16)
Em tempos de pandemia somos cercados pela dúvida, incerteza do amanhã. Quantas perdas pessoais, emocionais, financeiras, crises de depressão surgem, e nos vemos da noite para o dia presos em nossas próprias casas.
Nós cristãos também fomos assolados pela pandemia. Quando penso em adversidade, só me vem à mente uma pessoa, Jó! Ninguém como Jó, para sabermos o que é sofrer uma adversidade tremenda! A adversidade nos fortalece na fé!
1 – A Adversidade vem de Deus vs 12b
Após os anjos se apresentarem a Deus, Satanás aparece também. E Deus começa a indaga-lo sobre o que ele havia observado na terra. O próprio Deus apresenta o currículo de Jó,
1:8 Então o Senhor perguntou: “Você reparou em meu servo Jó? Não há ninguém na terra como ele. É homem íntegro e correto, teme a Deus e se mantém afastado do mal”
Um homem bem sucedido em sua vida. Rico, sábio, exímio gestor, exemplo de pai, de marido, de patrão, e de servo temente a Deus. Na primeira tese de Satanás Jó abandonaria sua fé caso perdesse seus bens e família.
Na permissão de Deus, a vida de Jó se transforma drasticamente. Em um único dia, perde seus bens, e seus filhos. Foi dramático!
Já imaginou isso acontecendo com você?
O que Jó fez foi atribuir a Deus tudo o que ele possuía, inclusive seus filhos. Então Jó se levantou e rasgou seu manto. Depois, raspou a cabeça, prostrou-se com o rosto no chão em adoração e disse: “Saí nu do ventre de minha mãe, e estarei nu quando partir. O Senhor me deu o que eu tinha, e o Senhor o tomou. Louvado seja o nome do Senhor!”
Em tudo isso, Jó não pecou nem culpou a Deus. Você teria maturidade ao ponto de fazer uma declaração dessas, caso as coisas desabassem em sua vida?
A falsa sensação de estabilidade financeira nos tende a esquecer de Deus, pois há uma falsa sensação de independência de Deus o provedor de tudo. Satanás cria que Jó era temente a Deus pelos bens que possuía. Mas Jó frustra Satanás em sua primeira investida.
Então, nem sempre as adversidades entram em nossas vidas porque estamos em pecado ou afastados de Deus, mas talvez seja o contrário. Talvez Deus nos prove, estando mesmo na abundância, e quando tudo está indo aparentemente bem.
“É importante destacar que não há uma resposta ao porquê do sofrimento, pois, assim como o próprio livro de Jó mostra, o sofrimento é um dos mistérios de Deus que não foi revelado ao homem.
Mas, através da experiência de Jó, conclui-se que a sabedoria e a soberania
de Deus em qualquer circunstância permanecem intacta. E que seu cuidado
não depende de seu servo e nem da circunstância em que ele esteja.
A sabedoria, a soberania e o cuidado de Deus são constantes e estão além do
entendimento humano”.
2 – A adversidade serve para nos forjar – ler 2:1-13
A segunda investida de Satanás – tocar na saúde de Jó. Já que os filhos e os bens materiais não fizeram Jó abandonar seu temor a Deus, Deus permite então que Satanás toque na saúde de Jó, e ele fica em situação deplorável.
A própria esposa de Jó diz a ele para amaldiçoar a Deus e morrer, pois, também compartilhava do sofrimento do marido, visto que também havia perdido os filhos. Mas Jó a repreende mesmo mergulhado em dores emocionais e físicas, ele ainda mantém sua integridade diante do seu Criador e Senhor.
As vezes não podemos contar mesmo com os de perto para nos consolar, chegar junto, dar uma palavra de consolo e conforto, uma oração, um afago. Jó não teve nada disso. Apenas acusações infundadas dos amigos e o silêncio angustiante de Deus diante da situação.
Jó diz no verso 11 do cap. 7 minha alma amargurada precisa se queixar. Se eu pequei, o que te fiz, Ó Vigia de toda a humanidade? Vs 20 Tudo isso estava cooperando para o forjamento do caráter de Jó. Nossas lutas e adversidades servem para nos maturar, fortalecer e provar nossa fé em meio ao temporal.
As vezes as ondas são altas e tenebrosas, mas lembre-se que o Senhor estar perto e Ele tudo vê. Lembram-se dos discípulos no barco?
3 – A adversidade nos aproxima de Deus – Ler Cap. 42:1-6
Alguém vai dizer que não há coisa pior que o silêncio do Deus. Fiodor Dostoiévski: Existe no homem um vazio do tamanho de Deus.
Em todo aquele tempo Jó se perguntava onde estava Deus. Mas ele estava bem ali, observando tudo o que se dizia a respeito dele e vendo a situação de Jó.
O Salmista vai dizer, Salmos 34:15-19. Os olhos do SENHOR estão sobre os justos, e seus ouvidos, abertos para seus clamores. O SENHOR, porém, volta o rosto contra os que praticam o mal; apagará da terra qualquer lembrança deles.
O SENHOR ouve os justos quando clamam por socorro; ele os livra de todas as suas angústias. O SENHOR está perto dos que têm o coração quebrantado e resgata os de espírito oprimido. O justo enfrenta muitas dificuldades, mas o SENHOR o livra de todas elas.
Que maravilha poder saber disso!
Quando Deus fala com Jó, há um alivio em Jó em ouvir a voz de Deus. Imagino que talvez um suspiro forte. Talvez Jó tenha pensado “graças a Deus ele está aqui”. Jó diz no cap. 40:5 já falei demais; não tenho mais nada a dizer”.
E sabemos que Deus faz todas as coisas cooperarem para o bem daqueles que o amam e que são chamados de acordo com seu propósito. Romanos 8:28
A vida de Jó nos desafia a uma vida de integridade diante de Deus, na adversidade podemos aprender muitas lições inclusive durante o silêncio de Deus. Aguardar o tempo certo de resposta Dele.
Martinho Lutero disse que há três regras para se entender as Escrituras: orar,
meditar e passar por provações. As “provações”, ele disse, são extremamente
valiosas: elas “te ensinam não apenas a conhecer e a entender, mas também a
experimentar quão correta, quão verdadeira, quão doce, quão amável, quão
poderosa e quão consoladora a Palavra de Deus é: ela é sabedoria suprema.”
4 – Há bênçãos e louvor no fim da adversidade
Deus ainda não explicou tudo para ele, mas relembrou Jó e seus amigos que ele é o Soberano e Onisciente Deus, Criador e Sustentador do Universo. Jó ainda perdoou seus amigos pelos insultos e julgamentos infundados, e perdoou e amou sua esposa e ainda teve filhos e filhas com ela.
Jó saiu um homem forjado, um novo homem de sua prova, e que provação! O seu fim foi o dos melhores que já li na Bíblia sobre os homens de Deus. 42 Vs. 10 diz: Quando Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou próspero de novo. Na verdade, o Senhor lhe deu o dobro do que tinha antes. Vs 17 Então, morreu, depois de uma vida longa e plena.
Já imaginou ter um final de vida assim?
Que as adversidades sejam uma escola para nós e que possamos louvar e adorar ao Senhor em todo o tempo. Pois ele tem um propósito na vida de cada um de nós, para o nosso próprio bem.
Um dia essa vida passará, e o que nos alimenta a esperança de dias melhores é a promessa do Senhor de que um dia virá nos buscar. E então desfrutaremos de sua gloriosa presença por toda eternidade. Que Ele seja louvado sempre. Amém!
*Escrito por Rogério Antônio do Carmo, Igreja Casa de Oração em Maria Ortiz – Vitória (ES)