Desenvolvido por voluntários da Igreja Adventista, o projeto Comunitá-Rio existe há 11 anos e atende cerca de 180 crianças e adolescentes da Rocinha, no Rio, anualmente. Local é a maior favela do Brasil
Um projeto social, desenvolvido por um casal de voluntários da Igreja Adventista está fazendo a diferença na maior favela do Brasil. É o Comunitá-Rio, localizado na Rocinha, no Rio, que ajuda crianças e adolescentes em vulnerabilidade. No sábado, 15, o grupo concluiu a grafitagem com a imagem do Cristo Redentor na fachada, onde o projeto funciona.
A ideia de grafitar o projeto surgiu no ano passado, mas com a pandemia, Gabriela Alves Marques e Harrison Marques, que são os organizadores, precisaram esperar para tirar a ideia do papel e deixar o projeto mais colorido.
Para Gabriela Alves Marques, a arte atendeu todas as expectativas. “Desde o início, queríamos colocar a imagem do Cristo Redentor na fachada. O Henrique trouxe vida e alegria para a comunidade com o colorido. As cores trazem vida. A ideia era de que as crianças chegassem e sentissem alegria por estarem num lugar tão bonito e sentissem orgulho de estarem ali para fazer o curso, o lugar onde estudam”, descreve Gabriela com muito orgulho do resultado.
Grafitagem
O artista do projeto é o grafiteiro Henrique de Souza Melo (31), natural de São Paulo, que mora no Rio há 6 anos e está na profissão há 10. Ele conta que durante a pintura, as crianças se aproximavam, faziam perguntas e queriam ajudar a pintar.
“Certamente, ficará marcado na vida delas todo o processo. O grafite muda o cotidiano e traz a transformação social, pois chama a atenção das crianças que estão com a mente em formação. Este foi um dos maiores projetos que pintei, fiquei bem feliz com o resultado e espero ter cumprido o papel”, relata Melo.
O projeto
A Rocinha é a maior favela do Brasil e abriga mais de 100 mil pessoas em situação de pobreza. No local, a falta de oportunidade pode ser vencida através de projetos comunitários que incentivam a cultura, a arte e o lazer entre crianças, jovens e adultos.
O Comunitá-Rio já existe há 11 anos e oferece várias oficinas: canto coral, flauta, violão, LIBRAS e Clube de Desbravadores, para meninos e meninas entre 10 e 15 anos que oferece atividades esportivas, sociais, culturais e espirituais da Igreja Adventista.
No prédio onde funciona o Comunitá-Rio também acontecem os cultos da Igreja. Entre as oficinas do projeto está o canto coral, aula que tem ajudado crianças e adolescentes em meio à pandemia.
Andrea Leda de Sá tem uma filha de 12 anos, Alice Leda de Sá Fernandes, que perdeu a visão no olho esquerdo. Por orientação médica, precisou preencher o tempo da filha com atividades durante o dia. Alice faz aula de canto coral, Libras, violão, flauta e participa no Clube de Desbravadores.
“O Comunitá-Rio entrou em nossas vidas fazendo a diferença com atenção e amor. Sou muito grata a Deus por ter colocado a tia Gabriela em nossas vidas, vejo a diferença entre minha filha e crianças da mesma idade que não têm essa oportunidade”, comenta a mãe.
Impacto
Patrícia Viana é voluntária desde 2001, antes mesmo de surgir o projeto na Rocinha. Hoje ela é voluntária, dá aulas de Libras, flauta e é secretária no Comunitá-Rio. Está cursando o segundo semestre de Pedagogia e retribui ao projeto a escolha da profissão.
“O projeto mudou minha vida pra melhor, me fez ter perspectiva de vida, me ensinou a ajudar o próximo e principalmente me ajudou a escolher a profissão que eu quero seguir. Hoje faço faculdade de pedagogia por amar dar aula para as crianças do projeto, foi assim que nasceu a vontade no meu coração de ser professora”, declarou.