Que pela ação do seu Santo Espírito possamos quebrantar nosso espírito e sermos humildes de coração, o que nos tornará conscientes que sem Deus nada somos
Fustiguei a memória e com incrível facilidade descobri que algumas vezes usei essa frase, feito um néscio, para desqualificar alguém. Descubro que como um ignorante, não tinha noção do real sentido do “Pobre de Espírito” ou “humilde de Espírito”, e que quis atribuir menor valia a um comportamento pessoal que é dos mais nobres, compensador e frontalmente antagônico ao meu espírito arrogante, presunçoso e metido a superior.
Uma grande multidão assediava Jesus na cidade Cafarnaum, que ficava às margens do Mar da Galileia e cujo nome significa: lugar de desordem. Ela servia como uma base missionária para o Messias. Num monte da cidade, que ficou conhecido como das Bem-Aventuranças, o Mestre começou um brilhante sermão dizendo: “bem aventurados (felizes com força) os pobres(humildes) de espírito, porque deles é o Reino dos Céus”(Mat. 5:3).
Entenderam o tamanho privilégio que assiste aos pobres de espírito? Esses são aqueles desapegados dos bens terrenos, alcançados literalmente pela miséria, e que aspiram as benesses celestiais. Tais “pobres” no grego, são os “Ptochós”: humildes, miseráveis, que se reconhecem desprovidos dos bens terrenais e que buscam a Deus, ansiando pelas benesses divinais; portanto, clamam a Ele constantemente. Sem nenhuma arrogância, outrossim, tomados por sublime humildade, anseiam o Reino dos Céus.
Não são a prata nem o ouro que os satisfará, mas a bênçãos dos céus. Foi com elas que os apóstolos Pedro e João agraciaram aquele coxo, ou aleijado, que se encontrava na Porta Formosa do Templo, em Jerusalém. O homem não podia andar e havia décadas que esmolava naquele local. Pois em nome de Jesus, Pedro disse: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda.” E, tomando-o pela mão direita o levantou, e imediatamente seus pés e artelhos se firmaram” (Atos 3: 6-7).
O homem, coxo de nascença, não só levantou como andou, saltitou e louvou a Deus no templo. Pedro tinha consigo as bênçãos, misericórdias e providências comuns ao Reino dos Céus. Embora aqui um benefício diretamente físico e material: a cura, contudo, resultou efeito profundo na alma daquele pobre de espírito.
Recorrendo aos estudos para fundamentar meu raciocínio, acolhi com respeito a assertiva realçando que muitas igrejas possuem hoje mais prata e ouro que as bênçãos do Reino dos Céus a oferecer aos realmente carentes delas. Em muitos casos essa é uma realidade que acumula profecia bem conhecida por todos que diz respeito ao esfriamento do amor de multidões nesse fim dos tempos, que gradativamente vem marcando presença entre nós.
Mantenha então, o Senhor, as suas misericórdias sobre nós, evitando que sejamos consumidos. Que pela ação do seu Santo Espírito possamos quebrantar nosso espírito e sermos humildes de coração, o que nos tornará conscientes que sem Deus nada somos e que carecemos de suas benesses pela plena aceitação de Jesus Cristo como nosso único e suficiente salvador. Fiquem seguros!
Leonece Barros é Teólogo Batista, Jornalista/Radialista, Bacharel em Direito, Especialista em Segurança Pública; Funcionário Público Estadual aposentado PC/ES