A missionária Lucélia Rodrigues da Silva relata sofrimento na infância e testemunha superação dos traumas: “perdoar é lembrar e não sentir mais dor”, declara
Tortura, humilhação e escravidão. Assim é a história de Lucélia Rodrigues da Silva, de 25 anos. Sua história chocou o país quando ela foi encontrada pela polícia amordaçada e acorrentada na área de serviço do apartamento da ex-empresária Sílvia Calabresi Lima, em um bairro nobre de Goiânia (GO).
O caso aconteceu há 13 anos. Hoje, missionária, Lucélia afirma que escolheu perdoar a mulher que a agrediu durante a infância. “É possível [superar]. Eu perdoei, escolhi perdoar. Perdoar não é esquecer; é lembrar e não sentir mais dor”, disse a jovem, em entrevista à TV Anhanguera.
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A agressora de Lucélia foi presa em 2008, após as torturas terem sido descobertas. Na época, a vítima tinha apenas 12 anos de idade. A ex-empresária foi condenada a quase 15 anos de prisão. Mas, em 2014, a Justiça concedeu o benefício de progressão de pena, e Sílva conseguiu ser transferida para o regime semiaberto.
Todo esse pesadelo durou em torno de um ano. Após ter sido resgatada pela polícia, Lucélia foi para um abrigo. Foi adotada por um casal de pastores de Belo Horizonte (MG). Atualmente, ela é casada e tem dois filhos.
Investigações
Segundo as investigações, Lucélia foi morar com Sílvia com autorização de sua mãe, para estudar. Mas a rotina na casa da ex-empresária era bem diferente do combinado. Além de ter que fazer todas as tarefas domésticas, a vítima apanhava diariamente e era torturada.
De acordo com o inquérito, um alicate foi usado para cortar a língua de Lucélia. A menina também ficava dias sem comer. O caso só foi descoberto após a denúncia de um vizinho. O marido de Sílvia foi condenado a 1 ano e 8 meses por omissão.
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*Com informações do G1