Apesar do cenário, pesquisadores defendem avanço na imunização contra a covid-19 no Brasil
O Brasil registrou nesta quarta0-feira, 13 a menor média móvel de vítimas da doença desde abril de 2020. O patamar é resultado de uma queda contínua registrada desde o fim do primeiro semestre deste ano. No pior dia da pandemia, em 12 de abril de 2021, o indicador chegou a 3.123 vítimas diárias.
Apesar do cenário de melhora, pesquisadores ouvidos pela Agência Brasil defendem que ainda é preciso avançar mais na vacinação e chegar a 70% da população com esquema completo de vacinação antes de flexibilizar as medidas de prevenção de forma mais contundente.
O epidemiologista e pesquisador em saúde pública da Fiocruz Raphael Guimarães destaca que o progresso da cobertura vacinal é o principal responsável pela tendência consistente de queda nas internações e óbitos observada no segundo semestre deste ano, mas alerta que a circulação de pessoas nas ruas já retornou ao nível pré-pandemia.
“Analisando os números de forma mais fria, diria que é um bom momento, talvez um dos melhores que a gente já atravessou”, disse, ressaltando porém que o alívio não prejudique as medidas de prevenção, como usar máscara, evitar aglomerações, higienizar as mãos e se vacinar.
“Falar em um bom cenário traz sempre um pouco de esperança para as pessoas, mas é preciso que elas compreendam que um cenário melhor não significa que a pandemia está vencida. Elas podem se sentir um pouco mais aliviadas porque estamos vendo progressivamente a melhora na situação sanitária, mas não significa que é o momento de relaxar geral. É ter um alívio com responsabilidade”.
Vacinação
Segundo o painel de dados da fundação, o Brasil tem hoje 47,2% de sua população totalmente vacinada e 70,31% que tomou ao menos a primeira dose. Diante disso, ele reforça a importância de completar o esquema vacinal com as duas doses e ainda a dose de reforço para os casos em que ela for prevista.
O epidemiologista acrescenta que a recomendação da vacinação independe de a pessoa ter tido covid-19 previamente. “Não existe nenhum estudo que diga de forma contundente que ter covid-19 no passado garanta imunidade permanente. Tanto é que temos muitos e muitos casos de notificação de pessoas que tiveram covid-19 mais de uma vez”.
Feriado
Guimarães acredita que, devido ao feriado prolongado de 12 de outubro, pode haver uma oscilação da média móvel para cima nos próximos dias, o que não compromete a avaliação de que a tendência é de queda. “Sempre que tem feriado, a gente acaba tendo um pouco de defasagem na notificação. A gente espera que na média móvel a gente possa ter um aumento discreto nos próximos dois dias, mas isso não vai impactar na tendência”.
*Com informações da Agência Brasil