Convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, o objetivo da manifestação foi a pacificação do Brasil
Cerca de 750 mil pessoas participaram do ato democrático na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo, 25. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP). A manifestação, pacífica, foi em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao Estado Democrático de Direito.
Ao ser questionado sobre o motivo do ato, o ex-presidente respondeu que era pela “pacificação do Brasil”. Durante seu discurso na manifestação, Bolsonaro também destacou que a manifestação visava pacificar o país e rebateu as acusações de que teria tentado dar um golpe de Estado.
Ato foi um dos assuntos mais comentados entre os usuários do Twitter no Brasil. Foram mais de 12 mil postagens registradas, até mesmo nas demais redes sociais. Mais de cem parlamentares também participaram do ato.
Discurso emblemático
Durante o ato, o pastor Silas Malafaia fez críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em seu discurso, ele defendeu o Estado Democrático de Direito, apontando para a percepção de que as decisões do Judiciário diferem quando se trata de atos de esquerda e direita. Ele expressou sua oposição à atuação de Moraes nas eleições de 2022.
“Todo mundo sabe como foi a eleição. Podiam chamar Bolsonaro de genocida, mas não podia chamar Lula de ex-presidiário”, afirmou Malafaia. O pastor também ressaltou que, se Bolsonaro for preso, isso resultará em sua exaltação. “Se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado. Se eles te prenderem, não será para a sua destruição, mas para a destruição deles”, declarou.
Defesa de Israel
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também fez um discurso que levantou a platéia. Fez uma oração, encerrando seu pronunciamento com a bênção a Israel. “Nós abençoamos o Brasil, nós abençoamos Israel em nome de Jesus”. O ex-presidente Bolsonaro exibiu a bandeira de Israel ao entrar no trio elétrico, e bandeiras do país do Oriente Médio eram visíveis entre os manifestantes e à venda nos arredores.
Repercussão internacional
A manifestação realizada neste domingo, 25, na Avenida Paulista teve grande repercussão também fora do Brasil, onde diversos veículos de imprensa noticiaram o ato. Nas matérias, o principal ponto destacado foi justamente a massiva presença de público na capital paulista.
Em uma reportagem intitulada “Jair Bolsonaro: dezenas de milhares de pessoas participam de manifestação em apoio ao ex-presidente do Brasil”, o jornal britânico The Guardian destacou que o ato foi uma “demonstração de força” do ex-chefe do Executivo brasileiro e apontou que os manifestantes ocuparam ao menos seis quarteirões da Avenida Paulista.
Outro veículo a citar a grande mobilização popular para o ato na capital paulista foi a agência de notícias Associated Press (AP). Com a manchete “Apoiadores de Bolsonaro fazem grande manifestação para defendê-lo em meio a investigações”, a AP disse que o evento mostrou “que a mensagem de Bolsonaro ainda ressoa em muitos brasileiros”.
Quem também usou o termo “grande manifestação” foi a americana ABC News, que afirmou que Bolsonaro tenta mostrar “que sua base é resiliente” enquanto é alvo de uma investigação da Polícia Federal sob a acusação de que teria tentado articular um golpe de Estado.
E o francês Le Figaro disse que o ex-presidente denunciou “sua inelegibilidade diante de milhares de apoiadores em São Paulo” e destacou que o ato foi “suficiente para testar a popularidade” do líder conservador brasileiro.
*Informações das agências