Instituição foi eleita pela Revista Central Banking 2024. Publicação destacou efeitos positivos da autonomia do Banco Central estabelecida no fim de 2021
O Banco Central, sob o comando de Roberto Campos Neto, indicado no governo Bolsonaro, foi eleito nesta terça-feira, 12, a autoridade monetária do ano pelo Central Banking Awards 2024, concedido pelo site ‘Central Banking’.
A publicação elogia a autonomia adotada pela autoridade monetária brasileira diante dos desgastes enfrentados por declarações de Lula (PT), além da transparência, da comunicação digital e do compromisso climático.
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“O Banco Central do Brasil melhorou a sua transparência e sua comunicação, reformou suas abordagens às intervenções cambiais e apoiou a estabilidade financeira. Transformou digitalmente seus próprios processos, poliu suas credenciais de inclusão ambiental e financeira, ao mesmo tempo em que atualizou seu ecossistema de pagamentos instantâneos, incluindo esforços para incorporar um ‘real digital’ em sua estrutura arquitetônica”, diz o texto do Central Banking.
Críticas
O Central Banking também citou as críticas de Lula e de integrantes da administração petista à autoridade monetária. Afirmou que a independência do Banco Central encarou um teste com a vitória do petista por causa das declarações contra a autarquia e seu presidente.
“Essa independência recém-descoberta, no entanto, enfrentou um teste na preparação para as eleições brasileiras, que acabou se intensificando depois da confirmação de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente à frente de Jair Bolsonaro. Lula criticava a política do Banco Central, alegando que as altas taxas de juros estavam prejudicando a economia brasileira”, diz a publicação.
Lula, ministros e governistas criticam a taxa de juros e dizem que o Banco Central demorou para reduzir a Selic. Em outros momentos, no entanto, as críticas do presidente tiveram um tom mais pessoal. De junho a agosto de 2023, ele falou duas vezes que Campos Neto não entendia nada do Brasil e que deveria entender que “não é dono” do país.
O petista não cita o nome de Campos Neto. Fala apenas “esse cidadão”. As críticas continuam. Nos últimos dias, Lula e a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffman, voltaram a falar do presidente do Banco Central.
O chefe do Executivo declarou em entrevista ao SBT veiculada ontem, 11, que ele contribuiu para o “atraso do crescimento econômico” do país. “Esse cidadão, quando ele deixar o Banco Central, ele vai ter que medir o que ele fez com esse país, porque, na verdade, o que ele está fazendo nesse instante é contribuir para o atraso do crescimento econômico. Nós vamos ter que ter paciência na expectativa de que não se faça mais bobagem”, disse Lula.
Mas o Central Banking tem outra visão: “O BCB enfrentou uma série de problemas para reduzir a inflação. Mas a sua abordagem restritiva pareceu finalmente ter valido a pena, com a inflação a atingir um pico de 12,13% em Abril de 2022 e a cair para 3,16% em Junho de 2023″.
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