Portas Abertas diz ser fake news a notícia sobre os 229 missionários cristãos que foram condenados à morte por radicais islâmicos no Afeganistão. Mas mesmo antes da atual tomada de poder pelo Talibã, a situação dos cristãos já era de extremo risco
Não há um número exato, mas segundo a Portas Abertas, estima-se que existem milhares de cristãos no Afeganistão. Mas quanto a presença de missionários estrangeiros no país, a organização não tem dados a esse respeito, pois conta com parceiros para apoiar os perseguidos.
A instituição divulgou nota sobre isso nesta sexta-feira, 20, por conta da notícia que se espalhou pela mídia relacionada aos 229 missionários estrangeiros no país, que foram condenados à morte por radicais islâmicos. “Isso é fake news. Esse tipo de notícia não deve ser compartilhado, pois informações falsas podem colocar a vida de pessoas em risco, ao invés de ajudar”, diz a nota.
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Todos os cristãos afegãos são convertidos do islamismo e não podem viver a fé abertamente. Deixar o islã é considerado ilegal e punível com a morte de acordo com a lei islâmica. Muitos convertidos cristãos enfrentam consequências terríveis se descoberto: ou precisam fugir do país ou serão mortos.
A família, clã ou tribo tem que “salvar sua honra” eliminando o cristão. Nem os grupos islâmicos radicais nem a família de um convertido mostram misericórdia a este respeito. Como os convertidos são considerados loucos por deixar o islã, alguns podem acabar em um hospital psiquiatra.
O que os cristãos enfrentam
Apesar de se comprometer com alguns tratados internacionais de direitos humanos, mesmo antes da ascensão do Talibã, o país já violava os direitos dos cristãos das seguintes formas:
Cristãos ex-muçulmanos são mortos se tão somente houver suspeita de sua fé;
Mulheres convertidas são casadas à força e obrigadas a renunciar às suas crenças;
Afegãos são considerados muçulmanos e não estão autorizados a mudar de religião;
Os cristãos não podem exibir quaisquer imagens ou símbolos religiosos;
Filhos de cristãos ex-muçulmanos são forçados a aderir aos preceitos religiosos islâmicos e receber ensino islâmico.
Devido à volatilidade da situação no país e à situação de segurança cada vez pior, os pequenos grupos de cristãos permanecem profundamente ocultos. Mesmo nos 20 anos em que tropas internacionais ocupavam o país, eles já eram afetados pela insegurança, sobretudo os que viviam em áreas controladas pelo Talibã. As dificuldades econômicas – situação agravada pela crise da COVID-19 – também os afetam.
Essas são as informações confiáveis que a Portas Abertas pode disponibilizar sobre nossos irmãos afegãos. Qualquer coisa além disso poderia colocar a segurança deles em risco. Com certeza, o que eles precisam nesse momento é de nossas orações. Por isso, ore pelo Afeganistão e fique atento para não repassar informações não verídicas.
*Com informações de Portas Abertas