Maior parte da cidade foi destruída pela enchente. Além de Carangola (MG), outras cidades da Zona da Mata mineira também estão em situação de emergência
A cidade de Carangola, Zona da Mata mineira, mais uma vez foi castigada pelas fortes chuvas que ocorreram nos últimos três dias. Fotos e vídeos registrados por moradores da cidade mostram a destruição. Foi a maior enchente em seus 139 anos de história!
“Nunca vivemos uma enchente tão avassaladora como agora. Hoje fomos dar uma volta na cidade e vimos uma cidade completamente destruída”, declarou Queila Lopes Lima, que mora com a família em Carangola.
A Defesa Civil local informou que o nível do Rio Carangola da cidade subiu instantaneamente nas últimas horas na sexta-feira, 19, provocando alagamentos na área central do município. Só na madrugada de sexta, o volume registrado ficou entre 50mm e 100mm, quantidade esperada em todo o mês de fevereiro.
Igrejas
Diversas igrejas evangélicas, localizadas na baixada da cidade, parte que ficou mais prejudicada com a enchente, foram atingidas.
Muitas ficaram bem destruídas. Uma delas foi a Primeira Igreja Batista, onde muitos membros também ficaram desalojados.
Mesmo assim, o pastor da igreja, Matuzael Nantes, conta que a igreja também arregaçou as mangas para ajudar a população e virou ponto de recolhimento de doações. Até mesmo a Convenção Batista Mineira se colocou a disposição para ajudar.
“A nossa igreja foi um posto de recolhimento de doações, desde material de limpeza à móveis e eletrodomésticos, móveis e água mineral.
Muitos de nossos irmãos que ficaram desabrigados também abrigados na casa de outros irmãos”, afirmou o pastor.
Solidariedade
Em meio a enchente, a população da cidade se uniu para ajudar quem precisa. O pastor Matuzael também disse que foi emocionante ver “o desprendimento do povo junto à prefeitura para ajudar a população. Parece até que Deus quer que aprendamos ‘melhor coisa é dar do que receber'”.
Uma corrente de solidariedade aconteceu por todos os cantos da cidade. Assim como no ano passado, em que Carangola também foi castigada pelas fortes chuvas. Foi um ajudando o outro.
“Ninguém nessa hora se importou de entrar na água do rio nem na lama. Roupas enlameadas, caras manchadas de barro. Em meio ao cenário de guerra, uma ‘guerra’ de amor e solidariedade surgiu, onde o importante é colocar o outro de pé. Mãos calejadas, mãos delicadas afagando corações tristes pelo ato de fazer o bem. Vi mãos doando água para aliviar a sede e o cansaço daqueles humanos humanizados neste mundo desumanizado. Coisa extraordinária! Por isso, enquanto temos tempo façamos o bem a todos!”, declarou o pastor.