secretário-geral da ONU, António Guterres faz um apelo para que haja mais respeito aos direitos humanos e pela paz
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, afirmou que combatentes em locais como o Congo, Gaza, Mianmar, Ucrânia e Sudão estavam a “fechar os olhos” ao direito internacional ao fazer um apelo a um maior respeito pelos direitos humanos e pela paz em todo o mundo .
Falando enquanto o principal órgão de direitos humanos da ONU abria a sua última sessão, Guterres alertou na segunda-feira, 26, que o mundo estava a tornar-se “menos seguro a cada dia”.
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Mundo está mudando
“O nosso mundo está mudando numa velocidade vertiginosa. A multiplicação dos conflitos está causando um sofrimento sem precedentes. Mas os direitos humanos são uma constante”, disse Guterres ao Conselho dos Direitos Humanos.
Para o chefe da ONU, os ataques aos direitos humanos assumem muitas formas. Uma delas é quando alguns países se preocupam mais com gastos para “combater as alterações climáticas”, enquanto os países mais pobres do mundo não têm suas dívidas aliviadas.
Ele também defendeu a UNRWA (Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina), como a “espinha dorsal” dos esforços de ajuda à Gaza e disse que as principais autoridades israelitas apelaram ao seu desmantelamento.
ONU apontada por trabalhar em conjunto com o Hamas
O chefe dos direitos humanos da ONU, Volker Türk, também atacou as “tentativas de minar a legitimidade e o trabalho” da ONU e dos seus afiliados.
“A ONU tornou-se um pára-raios para a propaganda manipuladora e um bode expiatório para falhas políticas. Isso é profundamente destrutivo para o bem comum e trai insensivelmente as muitas pessoas cujas vidas dependem disso, disse Türk.
Ele explica que a UNRWA demitiu vários membros, no mês passado, depois que Israel os acusou de participar das atrocidades do Hamas em 7 de outubro, nas quais terroristas assassinaram cerca de 1.200 pessoas em Israel e sequestraram 253.
Como resultado do relatório, vários países, incluindo os EUA, Reino Unido e a Alemanha, congelaram o financiamento para a organização.
O motivo da acusação de Israel contra a ONU foi porque alguns reféns que foram libertados durante uma trégua de uma semana, em novembro do ano passado, alegaram que tinham sido detidos em casas de membros da UNRWA.
E durante a guerra, as FDI (Forças de Defesa de Israel) descobriram casos em que a organização foi usada como disfarce para o Hamas. Mais recentemente, as tropas encontraram morteiros escondidos em sacos da UNRWA.
No último sábado (24), o ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, acusou a ONU de cooperar com o Hamas depois de um grupo de especialistas ter apelado a um embargo de armas a Israel, acusando o país, não pela primeira vez, de violar o direito internacional na sua guerra em Gaza.
Israel continua afirmando que opera de acordo com o direito internacional e faz o seu melhor para minimizar as vítimas civis.
*Informações das agências