Eu orei e pedi forças do alto para que pudesse ser aquele que ajudaria meus pais a passar por aquele momento
Foram 22 dias até o parecer médico se consolidar otimista. Em primeiro lugar, entre todos estes dias, vimos a poderosa mão e a fidelidade de Deus nos cercar. Era uma quinta-feira, 28 de janeiro, quando os primeiros sintomas começaram a aparecer. Eu, 27 anos, minha mãe, 57, e meu pai, 63, estávamos infectados pelo “tal vírus”. Ao que me parecia, seriam dias que rapidamente passariam mas percebi que de fato não seria assim.
Estávamos em casa, distanciados, como se tivéssemos uma gripe comum e ainda fazíamos as coisas normais dentro da residência. Entretanto, a partir do sétimo dia uma grande fraqueza nos acometeu. Eu, como mais jovem, orei e pedi forças do alto para que pudesse ser aquele que ajudaria meus pais a passar por aquele momento.
Declarei o versículo de Isaías 40:31 que diz: “Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.” (Isaías 40:30-31 ARA).
Igualmente, no décimo primeiro dia, clamei a Deus por resistência psicológica, física e espiritual. Finalizei a oração, e com a falta de sono que nos acometia, fui verificar como se sentia minha mãe, que, antes de tudo, havia passado metade do dia no hospital.
De antemão, ficamos no soro, fizemos exames e a incerteza do amanhã que se aproximava estava ficando mais nítida. Por fim, fomos encaminhados a fazer uma tomografia computadorizada e descobrimos que minha mãe estava com 25% a 50% dos pulmões comprometidos. juntamente com as taxas de sangue alteradas. A partir deste momento vi nossa necessidade de sempre: Deus.
Todos os dias se transformaram em milagres. Houve uma intervenção médica muito precisa na semana seguinte, que posso até chamar de: milagre. Passamos a nos tratar com três médicas que ainda distantes umas das outras e através de amigos, consolidaram o tratamento de maneira bem sinérgica.
Vimos o progresso acontecer, mas além de todos os avanços, está o testemunho de recuperação. Durante a semana decisiva do tratamento um título veio à minha mente: “O Agir Invisível de Deus”, livro do pastor Luciano Subirá, que descreve como em situações adversas podemos experimentar um agir ainda que “obscuro” mas real de Deus.
Durante a obra, o pastor não cita que Deus é como alguém que nos poupa de viver circunstâncias adversas. Mas apesar dos momentos difíceis, Ele usa todas as oportunidades para o nosso bem.
No décimo nono dia recebemos um recado de uma amiga da família que não sabia o que se passava e que escreveu a seguinte mensagem: “minha vida rompendo em milagres”, frase que acabou de ocorrer no fim da madrugada enquanto ela sonhava conosco.
Em conclusão, podemos aprender que apesar de circunstâncias difíceis temos um alto refúgio em quem podemos confiar. E independente das situações adversas permanecemos com uma certeza: “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”.(Rm 8:28). Deus te abençoe!
Victor Rodrigues é teólogo, jornalista, capelão e estudante de psicanálise. Atuou como missionário no Uruguai e atualmente é colunista e empreendedor.