Ditador Kim Jong-un admitiu crise alimentar no país e culpou fenômenos climáticos e covid-19 pela falta de comida
O líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, admitiu durante a reunião do partido, em junho, que há escassez de alimento no país. “A situação alimentar das pessoas está ficando tensa”, reconheceu aos principais líderes. O ditador culpou os tufões, que passaram pelo território em 2020, da insuficiente colheita de grãos.
Para a organização Portas Abertas, o bloqueio nas fronteiras para impedir a entrada da Covid-19 impediu o acesso a suprimentos agrícolas como fertilizantes, pesticidas e outros produtos importados, principalmente da China. Além disso, Kim argumentou que o mundo todo está em crise e por isso a Coreia do Norte também foi atingida.
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Kim, por sua vez, disse aos líderes do partido que há uma crise global e que o país não passou ileso. Não há informações oficiais sobre o número de pessoas no país atingidos pela crise alimentar de 2021.
“A vigilância acirrada nas fronteiras também dificultou que ONGs enviassem comida para socorrer a população norte-coreana. De acordo com a ONU, estima-se que 10 milhões de pessoas, ou seja 40% da população, precisem de ajuda alimentar urgente. Uma das consequências da escassez de alimentos é o aumento dos valores dos itens disponíveis. Um quilo de banana, por exemplo, está custando R$ 225”, informou a Portas Abertas.
Crise se agrava cada vez mais
O cenário de crise é tão intenso que muitas famílias optaram por vender suas casas para conseguir comprar comida, levando a uma explosão de desabrigados, que agora vivem em estações de trem ou mesmo nas ruas.
“É muito incomum que Kim Jong-un expresse publicamente as dificuldades da situação alimentar em uma reunião oficial e relatá-la à mídia central – os integrantes da família Kim são tratados como deuses na Coreia do Norte e raramente admitem problemas ou erros. É um sinal da gravidade da situação dentro da Coreia do Norte que o líder do país admita a crise que está enfrentando”, comentou um cristão norte-coreano refugiado e colaborador da Missão Portas Abertas.
País fechado para ajuda internacional
A Coreia do Norte não aceita ajuda internacional com muita frequência. O país comunista valoriza a autossuficiência, e por isso hesita em fechar acordos com outras nações que oferecem ajuda. “Se Kim continuar a rejeitar apoio internacional, em vez de se concentrar em armas nucleares, milhões de norte-coreanos comuns irão pagar o preço”, lamentou.
Uma das organizações com trabalho consistente de auxílio humanitário a refugiados norte-coreanos, a Missão Portas Abertas oferece alimentação, vestimenta, cuidados médicos e discipulado aos que conseguem escapar das garras do comunismo.
“Esses suprimentos vitais ajudarão a manter vivos nossos irmãos e irmãs que os recebem. Também sabemos que muitos cristãos norte-coreanos continuam uma prática conhecida como ‘arroz sagrado’, compartilhando o que eles têm, mesmo que não seja muito, com os necessitados. Suas orações e apoio significam a diferença entre a vida e a morte para aqueles que recebem esta ajuda”, finalizou Cho.
*Com informações de Portas Abertas