Ao menos quatro cristãos foram detidos por participarem de igrejas domésticas. Veja o testemunho de um casal iraniano, que suportou dias de interrogatório
No Irã, nove cristãos ganharam a liberdade da prisão. Alguns foram totalmente libertos, outros receberam apenas liberdade condicional. Considerando que o páis está entre os dez mais perigosos para ser cristão, segundo a Lista Mundial da Perseguição 2023, o número é motivo de agradecimento.
Mas a realidade da maioria dos cristãos iranianos não é essa. Esmaeil Narimanpour, um cristão de origem muçulmana que foi obrigado há algum tempo a passar por sessões de “reeducação” com líderes muçulmanos foi preso após uma batida policial na Véspera de Natal. Ele estava em casa, na cidade de Dezful, Oeste do Irã, e continua preso.
Segundo a organização Article 18, a casa do cristão foi revistada e os livros de literatura cristã que ele tinha foram confiscados. O que mais surpreendeu na prisão de Esmaeil é que os agentes não tinham mandato para fazer a revista e detenção.
Ele apenas teve o direito de fazer uma breve ligação do Dia de Natal para falar com a família e dizer que estava preso em Ahvaz, a 150 km da cidade de Dezful.
Culto invadido
No entanto, quando os familiares tentaram obter mais informações sobre o caso de Esmaeil, ao invés de obterem respostas foram interrogados também e detidos durante muitas horas. Pouco antes, quatro cristãos de origem muçulmana, incluindo um refugiado afegão, foram presos em Shahriar, oeste de Teerã, a capital iraniana.
Eles foram detidos por agentes da Inteligência iraniana no culto em uma igreja doméstica há três semanas, quando aproximadamente 25 homens, mulheres e crianças estavam reunidos para orar e adorar a Deus e também para planejar a celebração do Natal.
Os agentes irromperam e leram os nomes de três membros da congregação, duas mulheres com pouco mais de trinta anos e um senhor de 70 anos, cujo nome é Siroos Khosravi.
As mulheres foram levadas presas no mesmo dia e o senhor foi detido e interrogado três dias depois. Todos os três cristãos foram levados às respectivas casas e viram os agentes revistarem tudo.
Outros cristãos estavam presentes, fazendo um culto, no momento da revista e foram forçados a preencher um formulário com perguntas sobre a fé cristã e as atividades da igreja doméstica. Os agentes avisaram que em breve os chamaria para interrogatórios.
Ao menos outros três cristãos foram presos em incidentes separados tanto nas cidades de Ahvaz e Izeh no mesmo período. Por isso, nossos irmãos na fé precisam com urgência de nosso apoio em oração enquanto se encontram presos por amarem e seguirem a Jesus no Irã.
As famílias e amigos ficam profundamente abalados nessas situações e os cristãos presos correm o risco de serem torturados e pressionados de maneira sobre-humana para abandonarem a Cristo.
Socorra cristãos presos no Irã
Ali e Zahra pertenciam a famílias muçulmanas no Irã, mas conforme a fé cristã do casal se tornou pública após a conversão, as consequências chegaram. Ali perdeu o emprego, e a família, os privilégios sociais. Apesar de tudo, o amor por Jesus só cresceu. Eles se uniram a uma rede de igrejas domésticas secretas e foram presos por isso.
Zahra estava em um culto quando soldados a encontraram. “Nós os vimos chegando e tentamos esconder as informações que tínhamos. Mas eles entraram pela janela e nos prenderam. Fomos vendados e levados para um lugar desconhecido, onde nos interrogaram”, relembra Zahra.
Ali recebeu uma ligação dizendo que sua esposa sofrera um acidente e que ele precisava ir ao hospital. O cristão ligou para um amigo que trabalhava no local, mas ele negou que Zahra estivesse lá. Mesmo sabendo o que aconteceria, ele foi ao hospital.
“No caminho, excluí os contatos do celular para manter os cristãos em segurança. Quando cheguei, agentes me algemaram, colocaram um saco na minha cabeça e me forçaram a entrar em um carro. Então me colocaram em uma cela de prisão sem luz, banheiro ou cobertor”, disse Ali. O casal iraniano suportou dias de interrogatório.
Assista aqui o testemunho do casal iraniano
*Informações de Portas Abertas