Governo de Angola tira a TV Record do ar, em mais um cerco contra Igreja Universal Ligada ao bispo Edir Macedo, direção brasileira da instituição vem acumulando derrotas em decisões do governo e da Justiça do país africano
O Ministério de Telecomunicações de Angola determinou que a afiliada da TV Record em Angola, a Record TV África, suspenda suas atividades imediatamente. A medida é mais um capítulo da extensa batalha entre o governo angolano (que determinou o confisco de templos e a deportação de pastores brasileiros) e a Igreja Universal, que também sofre sanções da gestão em Luanda.
Segundo o comunicado, a Record descumpriu a legislação angolana ao manter na função de diretor-executivo da empresa um cidadão não angolano. Além disso, também manteve em seu quadro estrangeiros que não se encontram credenciados no Centro de Imprensa do país. Com isso, o registro foi cassado de forma provisória “até à sua regularização junto à Direção Nacional de Informação e Comunicação Institucional”.
A Record alega que age dentro da legalidade no país. A emissora enviou nota ao site Notícias da TV para se defender das acusações do governo angolano. Leia a nota abaixo:
“A REDE RECORD DE TELEVISÃO (ANGOLA), LDA (“Record TV Africa”), sociedade constituída e existente ao abrigo das leis de Angola, com sede no Condomínio Poche Four Vilas, n 1, Talatona, Luanda, Angola, contribuinte fiscal n.º 5401136617, vem comunicar:
Disputa pela Igreja Universal
Fundada e comandada pelo bispo Edir Macedo, a Igreja Universal enfrenta uma verdadeira batalha em Angola dividida entre uma ala formada por maioria brasileira ligada a Macedo e a outra de maioria angolana encabeçada por pastores da igreja. O movimento começou em novembro de 2019, quando centenas de líderes angolanos se rebelaram contra a administração brasileira e tomaram alguns templos pelo país.
Desde 2019, a Procuradoria-Geral da República de Angola resolveu intervir no conflito interno e move uma investigação contra a Igreja Universal sob as acusações de discriminação racial, abuso de autoridade, exigência de castração química e evasão de divisas. Enquanto as apurações não são concluídas, a PGR chegou a determinar o fechamento dos templos, em agosto de 2020, como medida mais drástica.
*Com informações de Veja