Após décadas de debates por questões LGBT, Igreja Metodista se divide oficialmente. Mais conservadora, nova denominação defende que homossexualidade é incompatível com o ensino cristão
Uma das denominações evangélicas mais tradicionais foi oficialmente dividida no último domingo, 1º. Além da Igreja Metodista Unida, nasce agora a Igreja Metodista Global, que vai seguir uma vertente mais conservadora. Foram décadas de debates sobre questões LGBTQ+, que culminou na divisão da denominação.
O lançamento da nova denominação metodista surge “sem alarde, mas cheio de esperança, fé e perseverança”, disse Rev. Keith Boyette, presidente do Conselho de Liderança Transitória da Igreja Metodista Global, em um comunicado publicado dias antes.
Desde 1972, a prática da homossexualidade é considerada “incompatível com o ensino cristão”, de acordo com o Livro de Disciplina da denominação. Durante os conselhos de liderança que acontecem periodicamente, os Metodistas Unidos Progressistas questionavam as doutrinas relacionadas à sexualidade nas últimas décadas.
Debates
O primeiro debate sobre o tema aconteceu em 2016, quando bispos anunciaram uma sessão especial da Conferência Geral. Em 2019, a igreja aprovou o “Plano Tradicional”, que manteve a proibição da ordenação de ministros homossexuais e da realização de casamentos LGBTQ+.
Porém, os líderes mais progressistas desconsideram essa decisão e o conflito continuou. Até que surgiu um acordo de uma denominação “mais conservadora”, separada, que receberia US$25 milhões nos próximos quatro anos.
Então foi marcada uma Conferência Geral em 2020 para discussão do acordo, mas foi adiada por três vezes por conta da pandemia. A última remarcação foi esse ano. Mas os bispos conservadores não aceitaram e anunciaram a saída oficial da igreja Metodista Unida.
O reverendo KeithBoyette afirmou à imprensa que a separação não é motivo para se comemorar. “Acho que ninguém está dançando de alegria por estarmos neste lugar no Metodismo. Acho que há uma tristeza por termos chegado a esse ponto”.