Nas últimas 24 horas, a Índia registrou 401.993 casos da doença, ultrapassando a marca de 400 mil casos em um único dia pela primeira vez
Na esperança de controlar a vertiginoso crescimento nas infecções de covid-19, a Índia abriu a vacinação para todos os adultos neste sábado, dia 1º, lançando um enorme esforço que certamente irá testar os limites do governo federal e das fábricas de vacinas do país de 1,4 bilhão de pessoas.
Nas últimas 24 horas, a Índia registrou 401.993 novos casos da doença, ultrapassando a marca de 400 mil casos em um único dia pela primeira vez.
O maior fabricante de vacinas do mundo ainda enfrenta a falta de suprimentos essenciais, resultado de atrasos na fabricação e escassez de matéria-prima que adiou o lançamento da campanha em vários Estados. E mesmo em lugares onde as vacinas estavam em estoque, as grandes disparidades econômicas do país dificultam o acesso ao imunizante.
De acordo com especialistas, apenas uma fração da população da Índia será capaz de pagar os preços cobrados pelos hospitais privados para se imunizar. Isso significa que os Estados terão que vacinar 600 milhões de indianos adultos com menos de 45 anos, enquanto o governo federal fornecerá injeções a 300 milhões trabalhadores da saúde e da linha de frente e pessoas com mais de 45 anos.
Vacinas gratuitas pelo governo
Por enquanto, as vacinas do governo são gratuitas e os hospitais privados têm permissão para vender vacinas a um preço máximo de 250 rupias (aproximadamente US$ 3). Essa prática, porém, vai mudar: os preços dos governos estaduais e hospitais privados serão determinados pelas empresas de vacinas.
Alguns Estados podem não ser capazes de fornecer vacinas gratuitamente, pois estão pagando o dobro do governo federal pela mesma vacina, e os preços em hospitais privados podem aumentar.
Uma vez que governos estaduais e participantes privados competem por injeções no mesmo mercado, e os Estados pagam menos pelas doses, os fabricantes de vacinas podem obter mais lucro vendendo para o setor privado, disse Chandrakant Lahariya, um especialista em políticas de saúde.
Esse custo pode então ser repassado para as pessoas que recebem as injeções, aumentando a desigualdade. “Não há nenhuma lógica nessa cobrança de preços diferentes”, afirmou Lahariya.
*Com informações de Estadão/ Associated Press.