Eman Sami Maghdid, que adotou o nome Maria após sua conversão, é de origem muçulmana. Semanas antes de seu assassinato, a jovem anunciou nas redes sociais que havia se tornado cristã
Uma jovem cristã de apenas 20 anos, com mais se 50 mil seguidores no Tik Tok foi assassinada pela própria família. Crime aconteceu no Curdistão iraquiano, Norte do Iraque. Segundo noticiou o portal Middle East Concern, Eman Sami Maghdid, que adotou o nome de Maria após sua conversão, estava se preparando para o batismo.
Dias antes de morrer, a jovem havia anunciado nas redes sociais que havia se tornado uma seguidora de Jesus. De acordo com o portal de notícias, a moça era conhecida por seu ativismo nas redes sociais. Muitos expressaram o choque e indignação com o assassinato da cristã. Saiba como a perseguição atinge mulheres e meninas cristãs no mundo.
Maria usava sua conta para falar sobre os direitos das mulheres, mostrando fotos suas que seriam ofensivas na sociedade curda conservadora à qual pertencia. Além disso, ela também testemunhou sua conversão, publicando postagens de si mesma cantando canções de adoração.
Morta como apóstata
De acordo com outro portal cristão de notícias, AsiaNews, “parece que ela foi punida por sua família por deixar o islã, especificamente por se emancipar e abraçar a religião cristã; em suma, ela foi culpada de apostasia. O assassinato ocorreu perto do aeroporto internacional de Erbil, não muito longe de Ankawa, o distrito predominantemente cristão de Erbil”. Tanto seu tio quanto seu irmão estariam envolvidos no assassinato.
A família, no entanto, contesta dizendo que o motivo da morte tem a ver com desentendimentos na família e o fato de Maria ter deixado o marido, com quem foi forçada a se casar aos 12 anos, informou o site de notícias.
Um informante anônima do governo, no entanto, disse ao AsiaNews que a família a assassinou porque ela “não queria usar véu e não queria mais seguir as tradições islâmicas”. A fonte sugeriu que o pai de Maria é um líder religioso na comunidade.
Assassinato de mulheres no Curdistão iraquiano
O Curdistão iraquiano tem experimentado uma onda de assassinatos de mulheres nos últimos meses, ressaltando o fato de que a violência contra as mulheres no Iraque e em toda a região é um problema.
Uma analista de perseguição da Portas Abertas afirma que, apesar de esse ser um problema bem conhecido, “não é frequente que o assassinato de um convertido seja relatado na mídia. O Curdistão iraquiano é conhecido por ser relativamente tolerante com a dissidência, embora haja sinais de que essa tolerância esteja diminuindo.”
“Os relatos apontam para o envolvimento do tio e do irmão no assassinato, confirmando que a família é um dos principais impulsionadores da perseguição aos convertidos na região. De acordo com o ensinamento islâmico radical, a punição para a apostasia do islã é a morte.
No entanto, as leis do Curdistão iraquiano permitem uma mudança de religião e vários líderes muçulmanos, cristãos e governamentais condenaram o assassinato. Resta agora ver como as autoridades judiciais vão lidar com o assunto, especialmente porque o governo regional gosta de se apresentar ao Ocidente como sendo democrático e tolerante com as religiões não-islâmicas na área”, conclui a analista.
*Com informações de Portas Abertas