Elas dão o tom na sinfonia doméstica. Eu não tenho dúvida alguma disso! E se alguma não é sábia, como previu Salomão, isso também se reflete no ambiente em que estão
Ninguém, em sã consciênbcia, jamais poderá negar o papel fundamental de uma mulher na formação das pessoas e, consequentemente, da sociedade. Eu observo isso, especialmente, a partir da minha experiência familiar no convívio com minha mãe e irmãs.
A minha mãe criou quatro filhos enquanto meu pai, que era pilote de avião e passava mais da metade do mês fora de casa. Esse situação nos colocou, aos quatro, em contato permanente com ela e o resultado pode ser notado nos traços marcantes de sua personalidade que estão presentes em nós, indubitavelmente.
Minha mãe sempre foi empreendedora no ramo da confecção. Ela “ia pra cima”, como dizemos, montando oficina de costura, criando peças, uma vez que era formada em modelismo e figurinismo, abrindo clientes, e com isso comerciou por quase toda a sua vida.
Dias atrás, enquanto conversava com a minha irmã caçula, comentei que os quatro irmãos (somos dois casais), todos, não tivemos vocação para o trabalho como funcionário em uma empresa. Nós todos somos profissionais liberais, empreendemos, acreditamos que o nosso trabalho tem valor e pode ser reconhecido. isso não desmerece, de modo algum, a vocação das pessoas, a maioria diga-se de passagem, que opta por caminho diferente do nosso.
Quando paro para refletir sobre a minha experiência familiar, tendo uma mulher na condução do lar de onde eu venho, e como isso imprimiu em nós, seus filhos, um traço marcante de nosso comportamento e até certa obstinação pelo trabalho honesto, pela disciplina, pelo modo como nos colocamos diante dos desafios que nunca são poucos, não consigo deixar de considerar, também que não foi à toa que rei Salomão escreveu nos seus Provérbios que a mulher sábia edifica o lar: “A mulher sábia edifica a sua casa, mas com as próprias mãos a insensata derruba a sua”. (Provérbios 14:1, NVI)
E é assim que acontece, mesmo considerando coisas aparentemente simples. O ambiente, o clima, o bem-estar de uma casa, bem como a condução de um casamento e de uma família são todas situações dadas por elas, quando sábias.
Contornar conflitos, solucionar crises, amenizar interesses divergentes entre filhos, oferecer companhia terapêutica para maridos em situação de tensão, e fazendo isso sem deixar para trás as suas próprias atividades. Fazem isso com leveza, mas nem sempre nós, homens, reconhecemos. Elas dão o tom na sinfonia doméstica. Eu não tenho dúvida alguma disso! E se alguma não é sábia, como previu Salomão, isso também se reflete no ambiente em que estão.
Por isso, e por muito mais, PARABÉNS a todas as mulheres pelo que são, pelo que fazem e pelo que representam em nossas vidas.
Magno Paganelli é Doutor em História Social (USP) e Mestre em Ciências da Religião (Mackenzie)