Ministério das Relações Exteriores afirma que 99 brasileiros foram deportados de Angola, sendo 58 deles missionários da Igreja Universal: “governo não podia cruzar os braços”, afirma Mourão
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, esteve em Angola para representar o brasil na XIII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, realizada em Luanda. Mas a missão principal de Mourão era interceder pela Igreja Universal, do bispo Edir Macedo.
A atuação em favor da igreja foi relatada pelo próprio Mourão em entrevista à Agência Lusa na Angola. “Essa questão da Igreja Universal aqui afeta o governo e a sociedade brasileira pela penetração que essa igreja tem e pela participação política que ela possui no Brasil, com um partido que é o Partido Republicano, que representa o pessoal da igreja”, afirmou.
No último ano, bispos e pastores da Universal sofreram violência e ameaças em Angola. Em maio, integrantes da igreja foram expulsos em ações de perseguição religiosa e política, que violam tratados internacionais e os direitos humanos. Um grupo dissidente trabalha de maneira ilegal para assumir controle do patrimônio da igreja construído durante anos.
“Por enquanto, não há nenhuma resposta a respeito disso. Não é questão de estar otimista. É uma questão apenas das partes sentarem e acertarem relação a patrimônio que existe lá, essas coisas que têm que ser levadas a bom termo dentro da metodologia que a boa diplomacia coloca”, avaliou o vice-presidente.
Defesa da Igreja
Mourão disse ainda que se reuniu na terça-feira, 20, com o presidente Jair Bolsonaro para apresentar o relatório sobre a viagem. “Apresentei relatório da Missão, da Reunião da CPLT, assim como as reuniões bilaterais que foram realizadas com Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné, com o representante do secretário-geral da ONU. Passei todos os dados ao presidente”, informou.
No dia 11 de julho, o presidente Jair Bolsonaro já havia saído em defesa da igreja evangélica em Angola, pedindo proteção aos membros que estão sofrendo perseguição por dissidentes, que foram desligados por causa de conduta moral.