Neste mês de março esperamos que as mulheres sejam valorizadas, mas antes de tudo que elas valorizem-se, se amem e principalmente que sejam leais umas às outras.
Lendo e assistindo a respeito da violência diária contra a mulher e contra a infância, vemos como o ser humano se reinventa para a maldade e fica muito próximo à bestialidade. Infelizmente, muitas vezes a violência não está muito longe e pode ser física ou psicológica.
É março e mais uma vez o comércio celebra o Dia Internacional da Mulher, mas apesar de todos os esforços dos lojistas e marqueteiros o dia ainda não está consolidado como data importante no calendário. Será por quê? Porque se perdeu a essência. Perde-se a oportunidade de, ao menos por um dia, reconhecer o real valor da mulher. O comércio se empenha em vender roupas, flores e perfumes, mas a valorização feminina é muito mais que receber presentes.
Ao longo da história as mulheres foram relegadas a planos inferiores, chegando a não serem contadas em estatísticas e terem seu valor igualado ao dos animais. Isso ainda é válido em muitas culturas, mas a situação tem mudado, e muito. Algumas vezes para melhor, outras vezes nem tanto.
A mulher trabalha muito. A grande maioria em dupla ou tripla jornada de trabalho: profissional, esposa e mãe e ainda a grande responsável pela administração doméstica. A mulher trabalha com competência e seriedade e tem conquistado cada vez mais espaço no mercado.
A mulher exerce com excelência o seu papel de formadora de opinião e de grande consumidora. A mulher também é quem lê mais e diversifica a qualidade e a quantidade do que lê. Também é quem mais completa o ciclo educacional e melhor se prepara para exercer determinada função. Dizem que “se o mundo fosse governado pelas mulheres seria um lugar melhor pra se viver”, então por que as mulheres não têm a oportunidade?
Porque a maioria ainda escolhe se fazer de frágil. Entenda: somos mesmo frágeis em constituição física. Nosso corpo foi criado e preparado para gerar outra vida humana e todas as informações que esta função acarreta nos fazem diferentes – um invólucro especial, mas não somos de celofane.
Não somos também feitas de açúcar, apesar de nos desmancharmos com facilidade frente às muitas emoções que a vida apresenta. Choramos mais fácil e isso é muito bom, porque desenvolvemos menos problemas cardíacos. Rimos de quase tudo e por quase nada! Mas nos transformamos em verdadeiras leoas quando o assunto é família. Somos fortes. Somos capazes de superar as maiores dores, as maiores decepções e nos reinventarmos ainda mais inteiras, ainda mais bonitas, mesmo que as rugas sejam realidade, o peso não seja o ideal e a respiração saia entrecortada após a subida de uma escada.
Ah! As mulheres! Elas são capazes de ver a vida sob uma ótica completamente diferente. Elas veem o céu cor-de-rosa quando estão apaixonadas, veem as dificuldades como desafio e não têm medo de arregaçar as mangas e começar tudo de novo, mesmo quando após anos de investimento em um relacionamento sério são substituídas por alguém mais jovem, mas não tão interessante!
Ah! As mulheres! Que choram embaixo do chuveiro para que as lágrimas não deixem marcas, que trincam os dentes e sorriem quando a dor lhes rasga o corpo.
Ah! As mulheres! Que se entregam apaixonadamente e que às vezes se assombram com as peças que a vida lhes prega. São incríveis, não importa a idade e mesmo quando jogam conversa fora o fazem despretensiosamente para passar o tempo.
Ah! As mulheres! Que em plena e bela forma física malham horas seguidas em academias para se sentiram mais belas.
Lendo e assistindo a respeito da violência diária contra a mulher e contra a infância, vemos como o ser humano se reinventa para a maldade e fica muito próximo à bestialidade. Infelizmente, muitas vezes a violência não está muito longe e pode ser física ou psicológica.
Precisamos proteger nossas fortes e frágeis mulheres, seja de monstros estupradores, assassinos e ladrões, seja de agressores psicológicos que, dia a dia, minam a força moral e emocional de nossas mulheres. As leis contra a violência contra a mulher estão mais definidas e mais claras, mesmo assim é preciso que as mulheres tenham coragem para recorrer a elas quando for necessário.
Ah! As mulheres! Que após anos de opressão e repressão se tornaram livres e tiveram seu valor reconhecido e o primeiro a adotar verdadeiro reconhecimento foi Jesus que não hesitou, contra os costumes de sua época em ter discípulas, em acolher em seu ministério mulheres que a sociedade, às vezes, deixava de lado. Jesus abençoou e valorizou as mulheres.
Neste mês de março esperamos que as mulheres sejam valorizadas, mas antes de tudo que elas valorizem-se, se amem e principalmente que sejam leais umas às outras. Que sejam solidárias, que continuem fazendo diferença no contexto onde estão inseridas.
Parabéns para nós – pelo dia. Pela vida e pela alegria de conhecer Jesus – o resgatador da mulher!
Priscila Aguiar Laranjeira – Professora, publicitária, escritora com 49 títulos publicados, Gerente Editorial da Editora Getsêmani em Belo Horizonte/MG.