Alto Comissariado das Nações Unidas afirma que os afegãos enfrentam ‘risco iminente’ em seu país sob o novo regime talibã e pediu que não expulsem os refugiados
O Alto Comissariado do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) exigiu nesta terça-feira, 17, a proibição da deportação de cidadãos afegãos para seu país de origem, incluindo aqueles cujos pedidos de asilo foram negados.
Ao mesmo tempo, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos instou a comunidade internacional a dar total apoio aos afegãos que enfrentam “riscos iminentes” no Afeganistão sob o novo regime do talibã.
“Devido à rápida deterioração da situação em termos de segurança e de direitos humanos em grandes partes do país, além da situação de emergência humanitária, o Acnur pede aos Estados que acabem com os retornos forçados de cidadãos afegãos, mesmo que tenha sido previamente determinado que eles não requerem proteção internacional”, declarou a porta-voz Shabia Mantoo durante uma entrevista coletiva em Genebra.
“Desde o início do ano, mais de 550 mil afegãos foram deslocados dentro do país, devido ao conflito e à insegurança”, destacou Mantoo.
Tomada de poder e o pânico
Após rápida ofensiva, o Talibã assumiu o controle de Cabul no domingo, 15, e retomou o poder depois de 20 anos. Com isso, causou caos e pânico no domingo e na segunda-feira, 16, principalmente no aeroporto de Cabul, seguido por milhares de pessoas desesperadas para deixar o país.
“O medo que tomou conta de grande parte da população é profundo e, levando-se em consideração o passado, totalmente compreensível”, disse o porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos, Rupert Colville, que estava ao lado de Mantoo.
Ajuda humanitária
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) calcula que mais de 18 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária no Afeganistão, incluindo 10 milhões de crianças.
“O Unicef precisa de acesso a todas estas pessoas e obter garantias em termos de segurança para os trabalhadores humanitários”, afirmou o diretor de operações do Fundo no Afeganistão, Mustapha Ben Messaoud.
Como o Talilbã tomou o poder no Afeganistão
*Com informações de AFP