A estimativa é que número esteja entre 600 e 1200 cristãos, que estão encarcerados na Eritreia
A Organização das Nações Unidas, ONU, para os Direitos Humanos apelou o governo da Eritreia para que liberte os cristãos presos por causa da fé “imediata e incondicionalmente”. No dia 10 de maio, mais dois cristãos foram presos em Asmara, capital do país. Mas a estimativa é que o número seja em até 1.200.
Apesar dos motivos das detenções não serem claros, fontes locais acreditam que isso aconteceu por eles frequentarem cultos de igrejas que não são registradas. No país, só é permitido ser ou da ortodoxa, católica ou luterana. Qualquer outra denominação não tem permissão de existir e ter atividades religiosas.
No país, quem desobedecer o estado, as consequências são duras como a discriminação, monitoramento constante, invasões domiciliares e prisões. A Portas Abertas noticia com frequência a prisão de irmãos e irmãs na Eritreia. Apenas em março, 40 cristãos foram presos durante invasões nas cidades de Asmara e Assab, no sudeste do país.
“Esta última onda de prisões é prova de que não houve mudança na política repressiva do governo em relação à liberdade religiosa no país”, disse Mohamed Abdelsalam Babiker no relatório anual para a Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Prisões na Eritreia?
Não há estatísticas oficiais de quantos cristãos estão presos no país por causa da fé. Mas as fontes locais estimam que pode ser algo entre 600 a 1200 pessoas. Apesar de alguns terem sido libertados nos últimos 12 meses, a situação no país ainda é preocupante e precisa de uma resposta imediata do governo eritreu.
“Desde 2020, o governo começou a libertar cristãos presos, aumentando as esperanças de que estava relaxando suas políticas repressivas”, disse um analista de perseguição da Portas Abertas. Cristãos pentecostais e evangélicos continuam a ser considerados instrumentos de governos estrangeiros”, completa.
Em alguns casos, quando os cristãos são libertos eles são obrigados a se alistar ao serviço militar e continuam a viver em condições desumanas, sem salários para cobrir os custos básicos de vida ou sustentar uma família. Esse problema é um dos principais motivos que fazem os eritreus fugirem do país.
“A Portas Abertas continua a apelar à comunidade internacional para exortar o governo da Eritreia a respeitar totalmente a liberdade de religião, e impedir a prisão arbitrária e detenção por tempo indeterminado de centenas de cristãos que nunca se beneficiaram do devido processo legal”, completa a porta-voz da organização internacional na África Subsaariana.
*Com informações de Portas Abertas