Não só a China, que é comunista na Ásia, mas o Laos também persegue e discrimina cristãos. Crianças e famílias são perseguidas por suas comunidades e parentes próximos
País de governo comunista que discrimina a população cristã, o Laos aparece no noticiário geral como mais um país do sudeste asiático, como China e Vietnã. Mas, você sabe como vivem os cristãos no Laos?
O país ocupa do 22º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2021, onde as atividades cristãs são monitoradas pelas autoridades. Nas áreas rurais, as igrejas domésticas são forçadas a se reunir em segredo, pois são consideradas “ilegais”.
Os seguidores de Jesus no país enfrentam perseguição vinda de todas as esferas da vida, principalmente de amigos e familiares, comunidade, gangues, grupos não cristãos e oficiais do governo. Os cristãos ex-budistas enfrentam maiores dificuldades porque são perseguidos pela família e autoridades locais.
Além disso, a perseguição também assume a forma de pobreza devido à negligência do governo, crianças enfrentam bullying nas escolas e cristãos ex-budistas perdem os empregos. Ela pode ainda se apresentar na forma de casamentos desintegrados, perda de cidadania ou boicote a comércio de cristãos. Essa perseguição é invisível, mas severa.
Irmãs perseguidas
Nani* e Nha Phong* de 17 e 16 anos, (nomes alterados por segurança) receberam Cristo no Laos onde o budismo é a religião oficial e não existe muito espaço para o cristianismo. Desde que escolheram seguir a Jesus, as jovens têm vivido uma jornada difícil e ainda hoje enfrentam perseguição – especialmente da própria família.
“Meu primo me contou sobre a palavra do Senhor, ele é pastor em uma igreja localizada em uma vila perto da nossa. Gostei muito do que ouvi, e por isso me converti. Foi uma decisão fácil”, diz Nani.
Embora Nani e sua irmã não sejam cristãs há muito tempo, Nani começou a liderar a adoração na igreja e Nha Phong começou a cuidar das crianças na escola dominical. Mas a família, especialmente o pai, que não aceitou que as filhas se convertessem ao cristianismo.
Elas contam que algumas vezes que foram à igreja, a família ficou muito brava e disse para não irem. Alguns familiares disseram que elas precisavam voltar à antiga religião, e se não o fizessem, eles bateriam nelas e as forçariam a sair da igreja.
Mas, mesmo diante da perseguição, as jovens não perdem a fé em Cristo. “Como mostrado em Efésias 6, quando as pessoas lutavam no passado, usavam um escudo, e eu quero ter fé como um escudo. Quando o mal tentar atirar flechas em nós, usarei o escudo para me proteger. Então eu tenho que colocar minha fé em Jesus”, finaliza Nani.
Colheita Maldita
Cristãos do Laos são julgados culpados por todos os males que acontecem em suas comunidades: doenças – como Covid-19 – pragas, estiagens. Os budistas acreditam que coisas ruins acontecem por castigo de seus deuses e que os cristão atraem a ira desses deuses.
Foi o que aconteceu com Somkhit* e Anida*. Eles tiveram um encontro com Jesus em 2018, e desde então passaram a ser perseguidos pela comunidade no Norte do Laos. O chefe da aldeia zomba e discrimina a família com seis filhos. Em uma das ocasiões, eles ficaram de fora da instalação de um sistema de água em casa e a justificativa do líder local foi: “Sua casa é muito elevada! Se quiser água, desça para buscar!”.
A aldeia onde a família cristã mora depende da agricultura e em 2020 não tiveram chuva o suficiente para uma boa colheita. Então, os moradores ficaram revoltados e culparam os cristãos por isso. Na visão deles, o que está acontecendo é resultado da fúria dos espíritos porque os cristãos deixaram a fé animista para seguir a Jesus.
Somkhit lamenta a situação e teme que os vizinhos expulsem toda a família do vilarejo. “Não temos certeza se sobreviveremos este ano por causa da dor e da fome diária. Tem sido realmente difícil.” Eles podem até ser a única família cristã no vilarejo, mas têm irmãos e irmãs na fé no mundo todo que os socorrerão nesse momento de aflição. Os parceiros locais da Portas Abertas visitaram os cristãos e ministraram um treinamento para responderem biblicamente à perseguição e socorrê-los nas principais necessidades.
*Com informações de Portas Abertas