Ariel Henry estava na África negociando o envio de uma missão da ONU para combater a violência no Haiti
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, anunciou hoje, 12, que vai renunciar ao cargo assim que for criado um conselho de transição para o país, que atualmente está mergulhado numa onda de violência generalizada.
“O governo que dirijo não pode ficar insensível diante dessa situação. Nenhum sacrifício é grande demais para o nosso país”, disse Henry em discurso à nação, que foi divulgado nas redes sociais. “Quero agradecer ao povo haitiano pela oportunidade que me deu de servir com integridade, sabedoria e honestidade”, declarou.
Atualmente, Ariel Henry se encontra na ilha norte-americana de Porto Rico, depois de uma tentativa sem sucesso de regressar ao Haiti. Henry ainda garantiu que irá renunciar formalmente ao cargo após tratar dos “assuntos atuais” e assim que for criado um conselho de transição e nomeado um chefe de Governo interino.
“Os diferentes setores da vida nacional” terão 24 horas para designar um representante no conselho de transição, acrescentou o primeiro-ministro, que apelou também à calma no país.
Violência generalizada
Ele também lamentou que a violência esteja aumentando há quase 2 meses no Haiti, afetando a população, com assassinatos, ataques, saques e destruição de edifícios públicos e privados. “O Haiti precisa de paz, estabilidade, desenvolvimento duradouro”, disse o chefe de Governo, em um vídeo divulgado.
Sem eleições desde 2016, o Haiti não tem atualmente nem um Parlamento, nem um presidente. O último chefe de Estado, Jovenel Moïse, foi assassinado em 2021.
A onda de violência causada por grupos armados aumentou no Haiti quando, em 28 de fevereiro, foi informado que Ariel Henry, que deveria ter deixado o poder em 7 de fevereiro, conforme acordo de 2022, tinha se comprometido a realizar eleições no Haiti apenas em 2025.
*Informações de Gazeta Brasil