Em uma de suas falas, o político Senador Renan Calheiros (MDB-AL) mostrou a verdadeira face da política antissemita brasileira. Entenda!
Parece que Hitler é idolatrado na política brasileira. Ao relativizar um acontecimento histórico que dizimou cerca de um terço dos judeus no mundo, o Senador da República Renan Calheiros, acha plausível comparar a CPI da covid-19 com esse acontecimento histórico.
Precisamos levantar uma questão esquecida por detrás da fala do Calheiros, relator da CPI da covid-19, o desrespeito que utiliza-se do holocausto para justificar um fim de interesse político no Brasil.
“Nuremberg reuniu e puniu inúmeros próceres nazistas e, até hoje, há questionamentos sobre o próprio julgamento. Por exemplo, se não foi apenas um julgamento dos vencedores ou se a sentença de pena de morte pelos crimes cometidos deveria ter sido apenas uma pena de prisão. Estes são balizadores importantes”, declarou o senador.
Um exemplo é o comportamento do ex-presidente Lula, que após discursar na ONU, em 2009, se encontrou e se deixou fotografar com Mahmoud Ahmadinejad. Na semana anterior a este encontro, num dia dedicado a odiar Israel, o então presidente do Irã, afirmou que o Holocausto não existiu e não passou de um complô judaico.
A Confederação Israelita do Brasil, CONIB, em comunicado repudiou a fala do senador e relator da CPI da covid-19.“Essas comparações, feitas muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”, registrou o comunicado.
Igualmente acrescentou: “não compare o incomparável”. A confederação tem realizado um trabalho para conscientizar a população sobre a tragédia sofrida pelos Judeus no campo de concentração de Auschwitz, na Polônia.
“Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”, concluiu o comunicado que evidenciou o “desrespeito a memória das vítimas do Holocausto”.
Em conclusão, observamos atos antissemitas todos os dias em manchetes de todo o mundo. Judeus precisam conviver com este tipo de violência. Historicamente, é um povo que pode-se dizer que é diferenciado, e não há como dissociá-lo de sua religião, como sugere o pesquisador e hebraísta John Bright, escritor do livro História de Israel, afirmando a peculiaridade deste povo na terra.
Em resposta as acusações, Calheros tuitou: “Nunca houve comparação entre a Pandemia e o Holocausto. O Holocausto é incomparável! Mas é comparável, sim, assustadoramente comparável, à atitude de negação dos oficiais nazistas e de algumas autoridades que depuseram na CPI”, finalizou.
Por outro lado, dados os acontecimentos e colocação bem distante da realidade, fico com a repreensão realizada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, Omar Aziz (PSD-AM), que ressaltou: “vossa excelência está falando de uma das maiores atrocidades que houve na história”, concluiu.
Utilizar-se de uma das maiores tragédias da humanidade em benefício político, é um grande exemplo de onde o antissemitismo e o nazismo podem se aliar na política brasileira quando o assunto são seus próprios interesses.
Victor Rodrigues é teólogo, jornalista, capelão e estudante de psicanálise. Atuou como missionário no Uruguai e atualmente é colunista e empreendedor